terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O pacifismo do ativismo profissional



“O que você consegue protestando, segurando uma faixa como de costume? Tenho visto isso há décadas. Isso não muda nada. As pessoas não prestam atenção. Por que prestariam? Não vale a pena. Mas quando as pessoas lutam, isso é alguma coisa. Isso sim chama atenção, e deveria, pois é real. Isso não é apenas um jogo simbólico como: “me sinto bem, tenho minha faixa.” Bom, não estou nem aí pra isso. Se isso fosse válido, se não fosse ineficaz… eu preferiria muito que fosse pacífico… ninguém seria colocado em perigo. Ninguém seria machucado ou preso. Ninguém seria atingido na cabeça pela polícia. Nem mesmo uma janela seria quebrada. Ideal. Exceto pelo fato de isso não dar certo.


A propriedade corporativa é o alvo mais óbvio na minha opinião. Bancos, lojas caras, redes como Starbucks e aí por diante. As pessoas entendem que são parte do sistema global, parte desta abusiva, padronizada forma destrutiva que está acabando com todas as diferenças, toda liberdade.”

sábado, 1 de dezembro de 2012

A Última Palavra - Por Feral Faun


“Quando você transmite informação, você se torna a própria informação”

- ADILKNO

Sim, é possível estar possuído… não por demônios, espíritos ou outras supostas entidades sobrenaturais. Sim, o que nos possui, minando qualquer tentativa de autonomia e autocriação, é a identidade. Essa coisa sem vida própria que nos guia para a morte como se estivéssemos famintos, cavalos açoitados pelas garras de algum fantasma.

No jogo da Insurgência - um combate vivido na guerra contra a civilização - é estrategicamente necessário usar identidades e papéis. Infelizmente, o contexto das relações sociais dá aos papéis e identidades o poder para definir os indivíduos que tentam usá-los. Então eu, Feral Faun, torno-me… um anarquista… um escritor… um discípulo de Stirner, pós-situacionista, um teórico anti-civilização… se não por minha própria visão, pelo menos aos olhos das pessoas que leem meus textos.

Eu assumo essas identidades somente em estado semiconsciente, com uma pequena consciência das armadilhas que posso encontrar. Elas se tornam ferramentas que eu posso usar para criar interações com outras que integram prática, análise, paixão em um insurgente jogo consciente e as abandono quando elas se tornam inúteis. De preferência, essas identidades são armaduras coladas em mim que impedem a possibilidade de interações reais… substituindo-as com as absurdas relações das identidades que os indivíduos realizam e não desfrutam de outras singularidades, mas, preferencialmente, encontram conforto em alguma imagem superficial da similaridade. Em tais relacionamentos, paixões, intensidade, amor, admiração, crueldade, a interação de uma critica real não tem lugar. O jogo consciente da insurgência é substituído por um jogo de raiva simulada e protesto ritualizado a respeito de todas as questões convenientes - que é o jogo do ativista anarquista e ativista profissional.

Bem, eu estou cansado, cansado de ser dominado pelo fantasma da identidade, cansado de interações meia-boca na qual ninguém ensina ninguém. Cansado do ódio simulado e protesto ritualizado que estão fora do jogo insurgente, cansado de contextos sociais que são sempre caixas que me isolam e me nomeiam, cansado de ser apenas informação para as pessoas ao invés de carne, sangue, desejo, paixão e intensidade. No momento em que você ler isso, Feral Faun deixará de existir… esta é a última palavra.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

[EUA] Unabomber lança seu primeiro livro: "Escravidão Tecnológica"














De trás das grades, antigo acadêmico expõe a filosofia Ludista de sua campanha anti-tecnológica


Seu último trabalho publicado foi um “manifesto” de 35.000 palavras que explicava os motivos por trás de sua campanha terrorista que durou 17 anos, tornando-o a pessoa mais procurada nos Estados Unidos. Hoje em dia, não mais perturbado pelo fato de seu manifesto o ter levado à sua identificação, detenção e prisão perpétua, Theodore Kaczynski decidiu lançar seu primeiro livro.

Compilado basicamente em sua cela da prisão de segurança-máxima em Florence, Colorado, a brochura Technological Slavery (Escravidão Tecnológica) explica mais profundamente a filosofia por trás das tentativas de Kaczynski de destruir a civilização Ocidental através de uma permanente série de ataques com bombas. O texto estranhamente coerente foi co-autorado com David Skrbina, um professor da Universidade de Michigan que durante muitos anos deu aulas sobre o manifesto do Unabomber como parte de um curso universitário sobre filosofia da tecnologia.

O livro contém uma coleção de ensaios e correspondências com acadêmicos com os quais Kaczynski expandiu suas crenças que inspiraram sua campanha: nomeadamente aquela, para citar uma passagem, que diz que “a revolução industrial e suas conseqüências tem sido um desastre à raça humana e que os avanços tecnológicos estão destruindo o planeta e corroendo as liberdades humanas”.

Dr. Skrbina disse que longe de ser o delírio paranóico de um homem louco, o livro é meticulosamente elaborado. “Nele são traçados argumentos lógicos, claros e sólidos”, disse. “Eu não conheci o homem pessoalmente – todos os nossos contatos foram feitos através de cartas – mas em nossos procedimentos não houve nenhum sinal de doença mental. Ele é lúcido, racional e calmo”.

Esta é uma conclusão diferente daquela em que chegou os psiquiatras da corte de justiça que avaliaram Kaczynski após o FBI o ter detido em uma remota cabana na cidade de Montana no ano de 1996. Decidiram que ele era um esquizofrênico paranóico, mas que estava suficientemente apto a suportar um processo por assassinato.

A violenta campanha de Kaczynsky, na qual três pessoas foram mortas e mais de 20 feridas, começou em 1978. Antigo acadêmico e expert em matemática, ele estava aparentemente irritado pela contínua destruição do mundo natural ao redor de sua casa e começou a enviar bombas improvisadas para pessoas de companhias de aviação, professores universitários e donos de lojas de computadores. (O apelido “Unabomber” vem de “University and Airline Bomber”, nome do caso registrado no FBI).

Na medida em que a campanha progredia, e os dispositivos se tornavam mais efetivos – e mortais – Kaczynski começou a ter como alvos aqueles profissionais que ele julgava serem responsáveis pela destruição do mundo natural. Suas duas últimas vítimas, ambos assassinados, foram Thomas Mosser, que fazia anúncios para a Exxon, e Gilbert Murray, um lobista que trabalhava para a indústria madeireira.

Os ataques terminaram em 1995, quando o manifesto de Kaczynski foi publicado pelo New York Times e o Washington Post. Ele entrou em contato com investigadores, através de cartas anônimas, prometendo parar com os ataques se o documento fosse impresso.

A publicação do manifesto levou à detenção de Unabomber: seu estilo de escrita foi reconhecido por seu irmão David, que prontamente contatou o FBI. Como parte de um acordo judicial, Kaczynski foi dispensado da pena de morte, mas foi sentenciado à prisão perpétua sem liberdade condicional.

Uma versão atualizada do manifesto está inclusa no Escravidão Tecnológica. De acordo com Dr Skrbina, isto fornece um insight à natureza dos códigos éticos que os terroristas usam para justificar suas campanhas.

“Tento separar seus crimes de seus argumentos acadêmicos”, disse Dr Skrbina. “Estou interessado em filosofia. Agora, certamente não apóio os assassinatos que ele cometeu, mas se você está estudando ética então é importante perceber que há muitos casos em que um indivíduo pode dizer, sim, há uma base eticamente justificada para matar”.

“Os governos estão, de fato, argumentando que o assassinato é justificável sempre que começam uma guerra. Em ambos, no manifesto e em suas cartas escritas para mim, que também estão impressas no livro, Kaczynski está, de fato, fazendo a mesma coisa”.

Fonte: The Independent

Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ecotragedia cont...


Tragédias são momentos únicos (passageiros, por assim dizer, repentinos) por isso esse nome, por isso ganham espaço na mídia, por isso tanta audiência na TV.

O problema é que são oportunidades únicas... das pessoas ajudarem umas as outras, do Estado tomar medidas... do Capital lucrar ainda mais.

Preços de itens de primeira necessidade estão até 20x mais caros nas regiões mais atingidas. Depois reclamam dos saques !!!

Mas já dizia o SLOGAM:

"Copa do Mundo... o MUNDO TODO PARA!"

sábado, 5 de junho de 2010

Cartão de Visitas




"Hei, o seu coração é um músculo do tamanho de um punho.

...mas a ditadura autoritária do ódio - continua a fazer tantas vitimas sexuais, que tudo que eu posso fazer por nós dois é me libertar.

…É, será que eu posso só te dar - meu cartão de visita?!

…É que o amor ao mesmo tempo que nutre, deixa-nos fracos, agonizantes e cansados. É que o amor é um movimento de dar e receber num caminho de duas vias, um movimento de contração e dilatação, fluxo e refluxo.

O grande problema entre os amantes é quando há discrepância entre um movimento e outro. Se dou demais e não recebo, torno-me seco, triste e me canso. Se recebo demais e não dou nada, me torno um filho-da-puta inchado e egoísta. E no final de contas os amantes sempre apontam o dedo na cara uns dos outros, exigindo igualdade entre aquilo que dão e aquilo que querem receber.

Eu não quero saber de nada disso.
Eu quero todas as vias possíveis.

Me doar sem esperar que ninguém me responda da mesma forma, receber sem que ninguém exija de mim uma reação com a mesma força da sua ação. Eu quero é enfiar a cabeça e confundir aquilo que eu faço com aquilo que me é feito, sem distinção. Eu quero é amor e afirmação, e não o ego que espera pra poder agir. Se ninguém me escreve, eu cá estou me afirmando e me derramando ainda que outras pessoas estejam dormindo, ou trepando, ou na estação de metrô com a cabeça na lua.

Pra mim bastam as aberturas: o conteúdo e a forma de amar é a gente que determina. Eu quero é a paixão que me permite o extravasamento da mesma forma que o recolhimento, sem que isso signifique uma diferença na intensidade.

Eu quero é poder me calar e explorar outras formas além do verbo sem que isso signifique falta de diálogo. Eu quero é poder tirar a roupa e pisar em cima de raiva e desespero, sem me envergonhar da minha insensatez e insanidade. Eu quero é jogar na fogueira toda norma, toda teoria estéril e viver aos braços alheios. Jogado! A máxima consciência do outro, sair de mim e pairar leve no espaço que comporta todos os meus amores, eu que me apaixono todos os dias, pelos mesmos, pelos outros.

Não exigir nada de ninguém. Quero é comer as vírgulas e escrever e falar como as coisas me aparecem sem filtro sem máscaras sem medo. Se digo,”serei fiel a você”, estou demarcando um espaço silencioso além do alcance de outros desejos. Porque ninguém pode legislar o amor, ele não pode receber ordens ou ser intimado para o serviço.

O amor pertence a si mesmo, surdo a suplícios e imóvel à violência. E não algo que você possa negociar. É que o amor deveria ser uma carta de alforria ao invés de mais um contrato que nos costura exclusivamente ao outro e ao mundo do outro. Estamos amarrados um ao outro numa linha que criamos e não numa linha gasta e falida que a convenção nos concedeu, e isso é tão maior, porque além de amar a pessoa amada, amo também o amor. De que adianta amar um outro, se odeio, se detesto a forma com que o nosso amor é conduzido e enquadrado?

Quero viver dias onde eu me sinta tão pleno e tão completo eternizando dentro da minha cabeça todos os instantes, todos os ângulos que meus amores e a minha visão me permitirem. E que cada noite, ainda que mortos de sono ou de tesão, ainda que em movimentos bruscos ou na calmaria dos corpos e mentes já cansados, cada noite dessas eu me derreta pra depois me recolher maior, mais vivo e mais forte, mesmo sem demonstrar, mesmo sem ser percebido.

E saindo de casa com as olheiras fundas e um sorriso incontrolável no rosto. Na minha cabeça as velhinhas na rua com seus poodles e os comerciantes abrindo suas lojas se sentirão agredidos pelo meu transbordante sentimento cheirando e irradiando a violência que acompanha toda paixão. Violência no sentido mais elementar do termo, de não sair ileso, de estar pra sempre marcado, de ter sido fortemente violado. Ir andando com o sangue correndo apressado pelas minhas veias, meu coração se contraindo e dilatando numa velocidade nova e imensa. Daí as vontades de dar voltas correndo pelo quarteirão, igualar a velocidade do meu corpo com a
velocidade que corre aqui dentro de mim. O que vai ser agora?

Eu não sou daqueles que tem respostas prontas, tão objetivas assim, mas procuro uma intensidade que só é suprida quando puder pensar sem medo que “mañana es otro día”, sem todo aquele peso de responsabilidade esmagando nossas cabeças e nossas possibilidades. Ainda temos tanto… sinto que existem incontáveis potências a serem convertidas em atos, e a chama que eu tanto preciso pra me manter aquecido até que alcance o desejado estado de fervura. O estado radical da fervura, que se estende à todas as esferas da vida, desde a violência de uma mordida no pescoço, até o ódio ativo e construtivo à esse mundo insano e arruinado.

É que me sinto vivo de verdade quando posso desejar sem limites.
E sentir-se vivo de verdade é o passo crucial ainda que não se saiba o caminho…

A partir daqui e até o infinito possível..."



Coletivo Você Tem Que Desistir

http://vocetemquedesistir.noblogs.org/

quinta-feira, 6 de maio de 2010

[Grécia] “Para todas as pessoas que usam a morte de três seres humanos para dar vazão aos seus discursos de ódio contra anarquistas”



Acabei de ouvir sobre os terríveis eventos e estou chocado. Eu acho que é muito bom que o [Blog] After the Greek Riots honre os três mortos e publique a retratação.

Para todas as pessoas, especialmente aquelas que comentam aqui, que usam a morte de três seres humanos para dar vazão aos seus discursos de ódio contra anarquistas, perguntem a si mesmas o seguinte: você já reagiu dessa maneira quando algum imigrante é espancado ou/e até mesmo assassinado pela polícia de Atenas? Você já reagiu assim quando outra dezena ou centena de civis morrem no Iraque, ou Afeganistão ou em qualquer outro lugar desse mundo? Você posta comentários cheios de ódio nas páginas da mídia oficial, pelas dezenas de centenas de pessoas que são mortas por um sistema de poder global econômico irracional em uma contagem diária?

Não? Então talvez você devesse calar a boca e começar a pensar... A não ser que realmente aprove o estado que o mundo se encontra, pois isso lhe proporciona uma TV colorida, um carro, casa própria e bananas baratas. E tudo isso somente pelo preço de ter que olhar para todos os seres humanos como competidores e ameaças em potencial!

Para todos os anarquistas e camaradas de esquerda radicais:

Enquanto não sabemos quem atirou o molotov, devemos definitivamente lutar contra a campanha midiática e política que aponta o dedo ao povo que luta contra sua miséria, devemos também ser bravos o suficiente para admitir que possivelmente foi "um de nós".

Todos os que estão envolvidos em lutas militantes de massa sabem que sempre há a possibilidade de uma tragédia como essa acontecer. Desde que não somos um partido nem qualquer tipo de instituição - e uma revolta popular nunca vai ser - não podemos nunca controlar totalmente a situação. Qualquer um pode causar esse tipo de dano com uma demonstração violenta: agentes de polícia provocadores, fascistas, hooligans, cidadão raivosos ou anarquistas de cabeça quente.

Mesmo que isso tenha sido feito por agentes do Estado ou das classes de cima, nós como anarquistas propiciamos o meio necessário! Não vamos negar isso. Exatamente porque aprendemos enquanto lutamos, exatamente por não querermos ser como um partido, como o Estado e as classes dominantes, como os fascistas, temos que ser honestos, humanos, autocríticos e ainda assim determinados.

Então, é tempo de pensar no que podemos fazer para minimizar o risco e prevenir os danos e até, como agora tragicamente aconteceu, a morte de pessoas não envolvidas.

Enquanto para mim está tudo bem em usar molotovs contra a polícia ou em ações planejadas, deve haver um consenso de não usá-los contra prédios nos quais:

a) Possam haver pessoas;

b) O fogo possa se espalhar para outros edifícios que não tem a ver, como casas residenciais. E todos sabemos que lojas com apartamentos residenciais em cima são atacadas em ações na Grécia hoje e sempre;

Atacar um banco, a loja de uma grande companhia, etc.; é sempre um ato simbólico e deve ser encarado como tal.

Usem pedras, tintas, entrem e destruam tudo se houver a possibilidade. Se usarmos fogo, não podemos controlar o desenrolar, e a mídia e os políticos ficarão felizes em poderem nos retratar como hooligans psicopatas e o simbolismo é o mesmo de qualquer maneira.

Juntar a isso o poder do fogo não vale arriscar a integridade de seres humanos.

Dito isso, toda a minha solidariedade vai aos amigos e camaradas anarquistas e de esquerda radicais na Grécia e todas as pessoas em qualquer lugar que lutam por um mundo livre do capitalismo e cheio de cooperação mútua, no qual a liberdade individual e coletiva são uma só, repletas de vida para todos, é o objetivo da sociedade!

L.

Tradução > Filipe Ferrari

agência de notícias anarquistas-ana

[Grécia] Carta de um funcionário do banco Marfin Eganatia Bank

[Das quais três trabalhadores morreram, hoje quarta-feira (05/05/2010), dois homens e uma mulher, em um incêndio numa agência em Atenas durante as manifestações contra as duras medidas de austeridade aprovadas pelo governo grego.]

Sinto-me na obrigação com os meus companheiros que morreram de maneira injusta na quarta-feira e alçar a minha voz e dizer algumas verdades. Estou enviando esta mensagem a todos os meios de comunicação. Alguém que tenha alguma consciência deve publicá-la. O resto pode continuar fazendo o jogo do governo.

O Corpo de Bombeiros nunca tinha emitido qualquer licença sobre o edifício do banco Marfin Eganatia Bank. O acordo foi feito por debaixo do pano, como acontece com praticamente todos os negócios e as empresas na Grécia.

O edifício aonde estava a agência não tem nenhum mecanismo de segurança em caso de incêndio, nem planejado ou instalado. Ou seja, nenhum sistema de dispersão ou saídas de emergência ou mangueiras. Tão só alguns extintores portáteis que, supostamente, não são suficientes para lidar com um incêndio real num edifício construído com base em normas de seguranças muito antigas.

Nenhuma agência deste banco conta sequer com um funcionário treinado na extinção de um incêndio, mesmo no uso dos poucos extintores que existem. A direção do banco também usa os altos custos de formação como uma desculpa e não toma nem as medidas mais básicas de proteção aos funcionários.

Nunca houve qualquer exercício de simulação de incêndio em todo o edifício, nem exercícios de treinamento por parte dos bombeiros, para dar instruções a seguir em caso de situações como esta. As únicas sessões de treinamento que ocorreram no banco Marfin Eganatia Bank têm a ver com situações de atos terroristas e fornecer somente o meio de escapar pelo "peixe grande" do banco.

O edifício em questão não tem nenhum caso recente de incêndio idêntico, embora a sua construção seja muito sensível em tais circunstâncias, e está cheia de materiais altamente inflamáveis do chão ao teto, como papel, plásticos, fios e móveis. O edifício é objetivamente impróprio para o uso como um banco, dada as características da sua construção.

Nenhum membro da segurança do banco tem qualquer conhecimento de primeiros socorros e combate a incêndios, apesar de serem responsáveis pela segurança do edifício. Os funcionários do banco têm de se converter em bombeiros ou pessoal de segurança, de acordo com o apetite do Sr. Vgenopoulos [proprietário do banco Marfin Eganatia Bank].

A gerência do banco proibiu taxativamente que seus funcionários abandonassem o local de trabalho hoje - apesar de eles terem pedido desde as primeiras horas da manhã -, obrigou os funcionários a fechar as portas e reiterou que o prédio teria que ser fechado durante todo o dia, tudo por telefone. Eles também bloquearam o acesso à internet para evitar que os trabalhadores se comunicassem com o exterior.

Durante muitos dias eles aterrorizaram os funcionários do banco em relação com as manifestações destes últimos dias, com a seguinte "oferta": ou trabalha, ou te demitimos.

Os dois polícias à paisana que são enviados para a agência em questão para prevenir os roubos não compareceram nesta manhã, embora a gerência do banco tivesse prometido verbalmente a seus empregados que estariam lá.

Por último, Senhores Deputados, façam uma autocrítica e parem de fingir que estão em estado de choque. Vocês são responsáveis pelo o que aconteceu hoje, e em qualquer estado justo (como o que vocês gostam de usar de vez em quando como exemplos em seus programas de TV) seriam presos por tudo o que foi mencionado acima. Os meus companheiros perderam suas vidas hoje pela esperteza: a esperteza do banco Marfin Eganatia Bank e do Sr. Vgenopoulos em particular, que afirmou explicitamente que quem não fosse trabalhar hoje [em 5 de maio, o dia da greve geral] não deveria se preocupar em vir amanhã [uma vez que seriam demitidos].

Um funcionário do Banco Marfin

Notas:

1. No parlamento grego o Partido Comunista da Grécia (KKE), acusou o governo pelas mortes, dizendo que foi um resultado da ação de agentes provocadores dos grupos fascistas. Os argumentos do Partido Comunista se baseiam no fato de que 50 fascistas tentaram entrar na manifestação do PAME carregando bandeiras da Grécia na parte da manhã. Os fascistas foram perseguidos e se refugiaram entre as forças de segurança antidistúrbios.

2. Eles acusam a extrema-direita de estar por trás das mortes, a Coalizão de Esquerda Radical (Syrisa) declarou no parlamento que o governo não pode atormentar-se com a perda de vidas, porque tem estado atacando as vidas por todos os meios possíveis.

3. Não tomamos as ruas ou arriscamos nossa liberdade e vida enfrentando a polícia para matar pessoas. Os anarquistas não são assassinos!

agência de notícias anarquistas-ana

terça-feira, 20 de abril de 2010

[EUA] Anarquista é detido em Los Angeles durante protesto Antinazista


Comunicado da Cruz Negra Anarquista de Los Angeles:

Irmãs e irmãos,

Nosso querido amigo e companheiro Julio Rodriguez foi preso sábado (17 de abril), no centro de Los Angeles, na Califórnia, enquanto protestava contra a supremacia branca, pela Polícia de Los Angeles.

Para quem não conhece Julio, ele esteve envolvido em diversos projetos nos Estados Unidos e no México, como comunidades para um ambiente melhor do Parque Huntington, Cruz Negra Anarquista de Guadalajara, educação nas comunidades Nahuatl e, recentemente, ajudou a organizar em 10 de abril um evento para arrecadar dinheiro para Urso Branco e crianças em Chiapas. Ele está preso por acusações falsas, de “assalto com arma a um policial ou bombeiro".

Ele vai comparecer no Tribunal hoje (20 de abril); sua fiança é de 50.000 mil dólares, e atualmente se encontra encarcerado no Centro de Polícia de Los Angeles.

É fundamental que, como anarquistas, anti-imperialistas, anti-racistas e anti-fascistas apoiemos o nosso amigo atrás das linhas inimigas, assim como a sua família, oferecendo a nossa ajuda no que for possível.

Protesto: "Vão pra casa, racistas"

Aproximadamente 25 membros do Movimento Nacional Socialista (NSM), um grupo neonazista, convocaram para este sábado (17 de abril) no centro de Los Angeles um protesto para repudiar os imigrantes nos Estados Unidos, cujos grupos representativos convocaram uma contramarcha.

Os neonazistas, usando uniformes negros e bandeiras com a cruz suástica, foi amplamente superado por cerca de 500 manifestantes que gritavam "Vão pra casa, racistas".

Antes de começar a passeata nazista, que foi protegida pela polícia, um grupo da contramanifestação convocada por ativistas das comunidades latinas, negras, anarquistas e também homossexuais se aproximou da sede da prefeitura de Los Angeles e atacaram um racista com tatuagens nazistas. Um segundo homem também foi agredido pelos manifestantes antinazistas. Ambos saíram com ferimentos leves.

Embora prevista para juntar centenas de nazis, apenas cerca de 25 nazistóides apareceram para seu acontecimento. Pouco depois de uma hora, os nazis concluíram o evento e foram escoltados pela polícia às pressas de volta para seus carros, sem antes receberem uma chuva de pedras, garrafas e ovos.

O NSM já realizou vários protestos no sul da Califórnia para protestar contra a presença de imigrantes nos Estados Unidos.

Fotos dos nazis, do protesto, dos ataques antinazistas:


http://la.indymedia.org/news/2010/04/237278.php

http://la.indymedia.org/news/2010/04/237236.php

http://la.indymedia.org/news/2010/04/237211.php

http://la.indymedia.org/news/2010/04/237200.php

http://la.indymedia.org/news/2010/04/237384.php

agência de notícias anarquistas-ana

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Praia De Vômito - "Cético, Séptico... Distópico...!"



















Toda vez que escuto este álbum sempre penso na sala 101 (sala de tortura) do livro ’’1984'’ de George Orwell. Por que? Por causa do clima sombrio, dos gritos, e do barulho ensurdecedor... O Praia de Vômito é uma banda de Itapecerica da serra e eles fazem algo parecido com o som barulhento do Brigada do Ódio só que Grindcore, como das bandas Sore Throat, Fear of God, Patareni... Suas letras abordam bastante a questão existencial e social do ser humano:

"Se a terra for somente mais uma benção, até o Palácio de seu Deus será tomado de Assalto!".


download do álbum: http://www.mediafire.com/?wl2vtenm0wz

para ouvi-los: www.myspace.com/praiadevomito

conhecer suas idéias: http://www.praiadevomito.blogspot.com/